Apresentado por
John E. Harris, MD, PhD, FAAD
Associate Professor, Dermatology Division, Department of Medicine
University of Massachusetts Medical School, Worcester, MA, USA
O aumento do conhecimento da patogênese do vitiligo promoveu o desenvolvimento de novas medicações tópicas e orais. Os inibidores da JAK têm se mostrado eficazes no tratamento do vitiligo.
A pesquisa translacional no vitiligo é aplicável para outras doenças autoimunes similares que são órgão-específicas.
O vitiligo é uma condição autoimune na qual o desenvolvimento de intervenções terapêuticas efetivas tem sido desafiador. Pesquisas quanto à patogênese dessa condição têm levado à identificação de alvos terapêuticos e novos tratamentos emergentes e promissores. A combinação de terapêuticas, incluindo exposição à luz, também foi demonstrada como eficaz. Pesquisas com modelos em ratos foram efetivas, uma vez que a expressão dos genes é similar tanto em ratos quanto em humanos com vitiligo. Os resultados das pesquisas em vitiligo possuem, possivelmente, um espectro maior de aplicabilidade para outras condições autoimunes órgão-específicas similares.
O crescente entendimento da patogênese do vitiligo pode facilitar o desenvolvimento de terapias efetivas.
As células T destroem os melanócitos, e células T citotóxicas perilesionais demonstraram a habilidade de erradicar células pigmentadas; esse entendimento é importante para o tratamento do vitiligo. Células T podem, efetivamente, mediar a destruição autoimune de alvos teciduais [1].
Expressão gênica demonstrou similaridades em ratos e humanos com vitiligo. Pesquisas em modelos murinos demonstraram que a neutralização do inteferon (IFN)-γ previne que células T, CD8+ autorreativas, se acumulem-se e causem despigmentação, podendo ser uma abordagem importante em novas terapias [2].
A citocina CXCL 10 está elevada em pacientes com vitiligo. A inibição da CXCL 10 tem sido identificada como alvo terapêutico e tem resultado em reversão da doença e repigmentação nos ratos [3].
Medicamentos que atuem na CXCR3 podem prevenir e reverter vitiligo em ratos. Contudo, outros estudos são necessários [4].
Citocinas derivadas dos queratinócitos podem servir como biomarcadores do vitiligo. Sua ação na sinalização do INF- γ nos queratinócitos pode ser efetiva no desenvolvimento de terapias tópicas. [5]
Citrato de tofacitinibe é um inibidor da JAK oral, que tem demonstrado repigmentação significativa em pacientes com vitiligo [6].
Estudos indicam que o inibidor da JAK tofacitinibe pode necessitar de exposição à luz concomitante para sua eficácia em pacientes com vitiligo. Menores níveis de exposição à luz podem ser suficientes, ao contrário da fototerapia habitual. O papel da exposição à luz é a aparente estimulação da regeneração do melanócito, enquanto os inibidores da JAK suprimem os mediadores de células T [7].
O ruxolitinibe oral tem sido associado com rápida pigmentação em um estudo de caso, quando administrado para alopecia areata em um paciente também portador de vitiligo [8].
O ruxolitinibe tópico é um inibidor da JAK que tem tido sua eficácia demonstrada no tratamento do vitiligo. A eficácia do ruxolitinibe tópico, em creme 1,5%, administrado duas vezes ao dia durante 20 semanas, foi estabelecida em um estudo recente, em que a medida do desfecho primário avaliava uma mudança no índice basal do Vitiligo Area Scoring (VAS). Pacientes usando essa medicação tópica experimentaram uma significante repigmentação facial [9].
Mensagens-chave/Perspectivas clínicas
Vitiligo está associado a um sofrimento importante dos pacientes, havendo uma necessidade expressiva de tratamentos mais efetivos.
Pesquisas recentes e em andamento têm produzido novas intervenções terapêuticas, com considerável avanço em relação aos tratamentos prévios. O papel da expressão gênica e a eficácia dos inibidores da JAK são áreas importantes de pesquisas em andamento.
A pesquisa translacional no vitiligo facilita o entendimento dos mecanismos autoimunes, que são aplicáveis a outras doenças autoimunes órgão-específicas similares [10].
Boorn JG, Konijnenberg D, Dellemijn TA, et al. Autoimmune destruction of skin melanocytes by perilesional T cells from vitiligo patients. J Invest Dermatol. 2009;129(9):2220-2232.
Harris JE, Harris TH, Weninger W, et al. A mouse model of vitiligo with focused epidermal depigmentation requires IFN-gamma for autoreactive CD8(+) T-cell accumulation in the skin. J Invest Dermatol. 2012;132(7):1869-1876.
Rashighi M, Agarwal P, Richmond JM, et al. CXCL10 is critical for the progression and maintenance of depigmentation in a mouse model of vitiligo. Sci Trans. Med. 2014;6(223):223ra223.
Richmond JM, Bangari DS, Essien KI, et al. Keratinocyte-Derived Chemokines Orchestrate T-Cell Positioning in the Epidermis during Vitiligo and May Serve as Biomarkers of Disease. J Invest Dermatol. 2017;137(2):350-358.
Liu LY, Strassner JP, Refat MA, Harris JE, King BA. Repigmentation in vitiligo using the Janus kinase inhibitor tofacitinib may require concomitant light exposure. J Am Acad Dermatol. 2017;77(4):675-682.e671.
Harris JE, Rashighi M, Nguyen N, et al. Rapid skin repigmentation on oral ruxolitinib in a patient with coexistent vitiligo and alopecia areata (AA). J Am Acad Dermatol. 2016;74(2):370-371.
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